sábado, 13 de abril de 2013

MANIAS; MENADES & BACANTES, por arturjotaef

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Figura 1: Menade.[1]

En la mitología griega, las Ménades son seres femeninos divinos estrechamente relacionados con el dios Dioniso (Baco para los romanos), dios supuestamente originario de Tracia y Frigia. Las primeras ménades fueron las ninfas que se encargaron de su crianza, y que posteriormente fueron poseídas por él, quien les inspiró una locura mística. Esto las contrapone a las Bacantes o Basárides, mujeres mortales que emulan a las ménades, que se dedican al culto orgiástico de Dionisios. No hay unanimidad, sin embargo, en estas acepciones. En muchas fuentes Ménades y Bacantes son sinónimos, entendiéndose por Bacante la acepción latina de Ménade. 

Literalmente Ménades puede traducirse por "las que desvarían". Se las conocía como mujeres en estado salvaje y de vida insana con las que era imposible razonar. Se decía de ellas que vagaban en bandas rebeldes o Thiasoi por las laderas de las montañas. Los misterios de Dionisios, el dios del vino, el misterio y la intoxicación, les llevaban a un frenesí extásico. Se permitían dosis importantes de violencia, derramamiento de sangre, sexo y auto-intoxicación y mutilación. Se las representa pictóricamente a menudo ataviadas con coronas de hojas de vid, vestidas con pieles de cervatillo, llevando el Thirsus, (del griego Thyrsoi), una varita con una piña en la punta y adornada con hiedra u hojas de vid, y danzando con el abandono salvaje a la naturaleza primaria. Se supone también que llegaban a practicar en su éxtasis el sparagmos, o desgarro de sus víctimas en trozos tras lo que ingerían su carne cruda (homofagia).

En el relato mítico de la muerte Orfeo, las Ménades despedazan a Orfeo por rechazar éste el culto a Dionisios en favor del culto a Apolo, identificado con el sol. Según otras fuentes lo hacen afrentadas por su misoginia, sustituida por homosexualidad.

Correlacionado com fenómenos mais ou menos reais deste tipo terão estado as crises mensais da psicologia feminina comandadas pelo ciclo menstrual dos estrogénios, que por ter ritmo lunar e ser este astro ligado à licantropia e à “loucura divina” permitiu a confusão da histeria com a «mania» tendo feito resultar esta do contexto biológico da condição menstrual das mulheres!

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Figura 2. Menade.

Ménades, palavra que significa supostamente, «as furiosas», designam as bacantes. De facto eram possuídas dum tipo de «loucura furiosa» quando celebravam os mistérios de Dionísio! Outros autores fazem derivar esta palavra de mania que seria o estado desta loucura divina! A verdade é que a relação entre a «mania» das Ménades e outras loucuras sagradas devem ter tido varias etiologias que não descartam a possibilidade de terem começado por intoxicações alimentares acidentais (como era o caso frequente do ergotismo) e terem acabado em usos rituais de drogas senão mesmo (e sobretudo) em grande bebedeiras colectivas, não fora Dionísio o deus da vinha e da embriagues! De igual modo se deve colocar a possibilidade de a revolução a agrícola do neolítico ter criado crises cíclica de penúria alimentar que se manifestaria em mulheres grávidas, por exacerbação de desejos alimentares, particularmente por carne, devido a carência de ferro.

Este fenómeno, ainda hoje conhecido por “desejos alimentares da gravidez” que tanto podem ser alimentares como desejos súbitos por elementos estranhos não alimentares, como gelo, barro, areia, giz, cinza ou tinta. Este distúrbio denomina-se picamalácia, ou simplesmente pica, e está associado a uma anemia por deficiência alimentar anterior em ferro que seria outrora frequente em épocas de canícula e ter degenerado em formas de canibalismo ritual que terão estado por detrás do nome das festas do Carnaval.

 

Ver: CARNAVAL (***)

 

Uma das partes mais divertidas da gravidez é sentir desejos e ver toda a gente preocupada em tentar satisfazê-los. No entanto não há qualquer estudo científico que comprove ou refute a veracidade das vontades e/ou aversões nutricionais descritas pelas gestantes. Toda esta questão pode até ser uma forma de a mulher conseguir atrair as atenções, afinal a tarefa de gerar um ser não é fácil e a mulher pode muito bem sentir-se no direito de ter mimos e de os ver atendidos…

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Figura 3: Ménades bailando. Cópias romanas de um baixo-relevo grego atribuído a Calímaco. (dos finais do sec. V a. C. Museu do Prado, Madride).

Existe un grupo de seis modelos de Ménades en éxtasis báquico, en relieve que se le atribuyen, probablemente en bronce y pintadas, donde se destaca la vaporosidad de las vestimentas y la elegancia de su desarrollo, probablemente las más refinadas del llamado "estilo bello" y que serían realizadas aproximadamente entre 410 a. C. a 423 a. C.. Existen varias copias romanas, como las de Roma o las de Madrid. En el Museo del Prado se conservan cuatro, en mármol blanco de grano fino, de hacia 120 - 140.

Dito de outro modo, ainda hoje este fenómeno da “picamalácia” parece estar associado a uma mera mania ou capricho de mulher, ainda por cima grávida!

Mena era a deusa romana da menstruação seguramente correlacionada com a deusa Mania, que seria de estranhar se não tivesse tido mais responsabilidades no nome das “crises de mania” do que Mena, que no entanto até Aristóteles pensava estar responsável pela histeria, literalmente a doença do útero!

Dans la mythologie grecque, Mania ou Manea est une divinité personnifiant la Folie. Parfois considérée comme multiple, elle est souvent rapprochée des Érinyes, avec qui elle pourrait se confondre : comme elles, elle tourmente les coupables et les laisse sans répit. Pausanias rapporte qu'elle possédait un sanctuaire en Arcadie entre Mégalopolis et Messène.

Mean is an Etruscan Goddess of Fate and Fame. She is an associate of the Lasas, though not necessarily one of them, though like Them, She is depicted with wings.

In Roman and Etruscan mythology, Mania (or Manea) was the goddess of the dead. She, along with Mantus, ruled the underworld. She was said to be the mother of ghosts, the undead, and other spirits of the night, as well as the Lares and the Manes.

Mena (also spelled Menes, Meni, or Min) is referenced as "the goddess who supervises women's periods" by St. Augustine in his City of God (Book IV, Chapter 11, "dea Mena, quam praefecerunt menstruis feminarum").

Both the Greek and Latin Mania derive from PIE *men-, "to think". Cognates include Ancient Greek menos ("life, vigor") and Avestan mainyu, "spirit".

Como é habitual a etimologia dos nomes divinos têm uma relação às arrecuas com o indo-europeu.

 

Ver: MANES (***)

 

Assim, é bem possível que o nome das Ménades tenha derivado do culto destas divindades no contexto helénico sendo de concluir que foram estas que deram nome à mania e não o contrario! Na verdade, as Ména-des eram filhas ou sacerdotisas da Mania que por sua vez seria Mena ou filha desta e esposa ou irmã de Min. Porventura inicialmente as Ménades seriam mesmo apenas e somente Mena-Dis, Proserpina ou qualquer uma das muitas variantes do nome da deusa dos infernos e do mundo dos mortos ou seja a esposa de Dis-Pater, que obviamente até foi Minos, o juiz dos mortos, ou seja uma variante do nome de Osíris.

As variantes semânticas e funcionais deste mitema são, alias, fáceis de entender e explicar. De todos estes diversos nomes o que fica mais próximo da semântica primitiva seria Mean, que tanto pode significar mãe do céu como leis divinas. De qualquer modo a conotação de autoridade divina da Mãe das cobras cretenses parece explícita no nome da deusa hindu Manasa.

A forma Grega ficou relacionada com a loucura por ser um dos castigos que as Erínias infligiam aos que infringiam as leis lunares de Mean / Mena. Os cultos etruscos e romanos parecem conter as duas variantes ora na forma de deusas ctónicas dos mortos como Mania, esposa de Mantus que no Egipto foi Montu e que seria uma mera variante de Minos. E por outro lado, Mena de que pouco se sabe a não ser que seria deusa lunar que regulava o ciclo menstrual ou Mean que faria a ponte entre esta e o culto das Erínias por meio do culto dos deuses da fama e do destino.

Les Minyades sont les filles du roi d'Orchomène en Béotie, Minyas[e roi éponyme des Minyens, nom des habitants d'Orchomène à l'époque homérique].

Elles étaient au nombre de trois et se nommaient Leucippé, Arsinoé (ou Arsippé) et Alcathoé (ou Alcithoé). Selon la légende, elles refusèrent de se rendre à des bacchanales et de s’adonner au culte de Dionysos. Pour se venger le dieu les punit en les frappant de folie: elles démembrèrent Hippase, le jeune fils de Leucippé. Elles furent ensuite transformées en corbeau, chauve-souris et hibou. Ce crime sanglant et son expiation sont à la base de la fête béotienne des Agrionies.

As Ménades seriam afinal a sobrevivência dos cultos das deusas das cobras da época cretense de que pouco ou nada se sabe porque o pouco que ficou escrito desta civilização em linear a ainda é indecifrável. A deusa hindu Manasa era uma das sobreviventes desta arcaica mitologia cretense.

Ménades < maenads < Ancient Greek mainádes < Minyades

< Μινυάδες < Minu-Athes.

Ménades < Menathes < Menat-ish, lit. «filhas de Menat» < Mena-at

ó Menasha > Menaja > Manaia > Mania ó Mena, esposas de Minos.

                     > Hind. Manasa.

Assim sendo parece que a semântica de todos estes termos em torno das manias das mulheres e do nome das deusas dos Manes e das Ménades parece estar relacionada com o poder terrível da deusa mãe minóica das cobras cretenses que seria afinal a mãe do deus da virilidade fértil que era Mios.

Manasa é uma deusa das cobras de povo hindu, adorada principalmente em Bengala e outras partes de Índia do nordeste, principalmente para a prevenção e cura de mordedura de cobra e também em cultos de fertilidade e prosperidade.

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Figura 4: Manasa é a irmã de Vasuki, rei das Nagás (cobras) e esposa do sábio Jagatka-ru (Jaratka-ru). Também é conhecida como Vishahara (destruidora de veneno), Jagadgauri, Nitya (eterno) e Padmavati. Os mitos dela a enfatizam o seu temperamento ruim e infeliz, devido à rejeição pelo seu pai Shiva e marido, e ao ódio da sua madrasta, Chandi (a esposa de Shiva). Em algumas escrituras, o sábio Kashyapa é considerado como sendo o pai dela, em lugar de Shiva. Manasa é descrita como bondosa para com os seus devotos, mas severa para com as pessoas que recusam adora-la. Tendo-lhe sido negada a divindade plena pelos seus diversos parentes, o único objectivo teológico de Manasa era estabelecer a sua plena autoridade como deusa adquirindo devotos fanáticos.

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Figura 5: Dança das musas de Romano Giulio.

A tensão entre a inteligência emocional de Dionísio e a emoção controlada pela inteligência social de Apolo pode ter resultado em mitos alternativos corteses e bem-educados como terá sido o de Apolo e as musas.

Nas mitologias paternalistas orientais, as deusas da sexualidade reprodutora acabavam em demónios de sensualidade como foi o caso do deus persa Aka Manah Ou acabaram deuses lunares como o letão Meness, seguramente paredro de uma deusa que foi entre os hindus Manassa.

Aka Manah (Akaman) Aka Manah is one of the Daevas. He is the personification of sensual desire who was sent by Ahriman to seduce the prophet Zarathustra. His eternal opponent is Vohu Manah.

Mehen = An Egyptian serpent god. He defends the solar bargue of the sun-god during his nightly passage through the underworld.

Men-ess - Old Latvian moon-god, husband of the sun-goddess Saule and tutelary god of travellers. He was invoked before setting out on a military campaign and at the consecration of a standard. He also played a part in exorcism and incantation.

Men-ulis (another forms Men-uo) - The moon-god in the belief of the anciant Lithuanians. Mythologically the husband of the sun, but living apart from her, as he is in love with the morning star.

Mandulis es el nombre griego del dios Meruel, de origen nubio, que personifica la juventud solar en la mitología egipcia. Fue identificado con el Sol y la luna llena, como ojos que le daban agudeza visual. Nombre egipcio: Meruel (otras grafías: Merw, Merwl, Merwil, Merweter, Menrwil o Menlil).

Mihr (Mehr, Meher) - Armenian sun-god. He was taken to be the son of Aramazd. On earth, he manifested himself in the form of fire. He is accompanied by a black raven and he lives in a cave-symbols in sharp contradiction with his solar nature.

O facto de o letão Meness ser deus dos comerciantes e viajantes obriga a pensar em Hermes e assim a fazer a ponte do juiz dos mortos que foi Minos para o juiz dos mortos e dos vivos que foi Hermes pelo lituano Men-ulis (ou pelo egípcio Mandulis), pelo Arménio Meher, e por Baal Hermon (que pode ter sido Cadmo).

                                              > Men(a)-ish > Men-ess > Jud. Manasses.

Men-U(l)-o < Men-Ul-is(h) < *Men(a)-Kur > Meher => Meru-el

                           Minotauro < *Men(a)-Th(a)ur > Menthur > Mandulis.

                                                                               > Me(n)-Her = Her-men

 > (Baal) Her-Mon ≡ Hermes.

A relação do egípcio Mandulis com este mitema minóico de deuses taurinos e das cobras do sol e da lua encontramo-la na sua relação com o sol e com a lua cheia e pela sua relação fonética com o lituano Menulis com o qual inevitavelmente terá tido relações em épocas antigas indetermináveis.

Men-| uo < ulis < Sulis < *Kurish => Men-Kaur > Minotauro.

                        Mandulis < Menthur < Men-Kaur.

 

Ver: MINOTAURO (***) / MANDULIS



[1] Restauro a nível da cabeça da figura, do autor.

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