domingo, 4 de março de 2018

DE AREZ A TOLOSA - (ADENDA A) OS DEUSES MARCIAIS, por Artur Felisberto.

 


Figura 2: Ares & Afrodite ou Arencio & Arencia.

(...)

Verethragna – Nome de origem persa para o planeta Marte. Artagnes – nome persa para o planeta marte Persian encontrada em vários locais ao redor da Turquia que já foram da Pérsia.



Verethragna < Ker-Thuar-Kina ó Artagnes < *Hartagnes

=> Cartagena > Cartago.

Assim sendo na lingua persa teria permaneido indícios de que Ares seria afinal o filho primogénito da deusa mãe Kertu / Kurija, da terra (Ki) de Creta.

DE AREZ A TOLOSA
 

A propósito do nome do deus grego da guerra aparece-nos a questão da sobrevivência do nome deste deus nas zonas colonizadas pelos gregos particularmente na Lusitânia. E é então que nos aparece o par de deuses lusitanos Arêncio e Arência que ainda faz parte de muitos gentílicos actuais portugueses o que demonstra a sua arreigada persistência popular.

“De facto, a distribuição destes nomes de divindade circunscreve-se à zona centro interior portuguesa, registrando-se ocorrências em Zebras, Fundão (…), Ferro, Covilhã (…), Rosmaninhal (…), Monsanto, Idanha-a-Nova (…), Ninho do Açor, Castelo Branco (…) e Sabugal, tendo o seu espaço cultual ultrapassado o actual limite político das duas nações ibéricas: o rio Erges. A norte da vizinha província de Cáceres, Arentius foi cultuado em Moraleja (…) e junto a Cória recolheram-se duas aras, ambas dedicadas ao par divino e ostentando o epíteto de Amrunaecus/-a (…).

Quanto à sua natureza, pouco se poderá dizer a respeito deste par divino, uma vez que a epigrafia não aporta qualquer elemento significativo para o esclarecimento desta questão. Por esse motivo, não se compreende que argumentos levam Alarcão (…) a considerar divindades guerreiras estas entidades que assume como próprias do complexo religioso dos Lusitani (…)

As formas registadas nas inscrições atestam a alternância da vogal intermédia, documentando-se Arantius/Arentius e Arantia/Arentia, sendo que a primeira delas, mais rara, se atesta aqui pela terceira vez. --- Um Monumento Votivo a Arância e Arâncio, Proveniente de Castelejo, Salvado, Rosa e Guerra.

Obviamente que se compreende que os arqueólogos se limitem a extrair ilações concretas apenas a partir dos factos colocados a descoberto mas se a ciência histórica se ficasse por ai de pouco nos serviria. Na verdade, compreende-se até muito bem que “argumentos levam Alarcão a considerar estas divindades como guerreiras (…) e próprias do complexo religioso dos Lusitani”. De facto a mera analogia fonética com o deus grego Ares da guerra está lá de forma gritante! Mas é a mesma tacanhez cultural que impede os etimologistas de ver no nome Arês, da localidade  de Nisa, o nome destes deuses...e do Ares grego.

Desse modo, é fato comprovado que não há referências ao culto aos deuses Arêncio e Arência na freguesia de Arez, nem na região do município ao qual pertence, Nisa, e nem mesmo em qualquer outro município do Distrito de Portalegre, no qual Nisa está localizada. Em se tratando, portanto, da hipótese de que o nome de Arez seria uma homenagem ao deus Arêncio, a partir do exposto anteriormente verifica-se que esta suposição é duvidosa e carente de comprovação nas fontes históricas atualmente disponíveis, tal como ocorre com as demais hipóteses aqui analisadas.

No entanto, devemos enfatizar que a hipótese não pode ser declarada inválida, ainda que, até hoje, ninguém apresentou meios de confirmar a possibilidade de ela vir a ser verdadeira. Avalio essa hipótese como sendo um tanto quanto forçada, talvez até mesmo forjada, na atualidade, por estudiosos puristas, cultuadores das tentativas de resgate da história dos deuses de tempos pré-romanos.

Esses estudiosos, talvez nostálgicos com tais cultos primitivos, enxergam referências àqueles deuses em todo espaço obscuro – ou ainda não explicado pela História lusitana – que dê margem a tais interpretações, e em se achando oportunidade para tal, como no caso do nome Arez, lançam suas hipóteses, ligando um tema ainda cercado de enigmas a possíveis referências aos deuses pré-romanos, provavelmente, na esperança de que suas suposições venham a se tornarem verdadeiras algum dia…-- AREZ E SUA ETIMOLOGIA E TOPONÍMIA, André Valério Sales.[1]

Este texto é de facto um mimo de cinismo pirrónico do tipo dos que se recusam a ver a realidade a um palmo do nariz por mera miopia cultural. Se é um facto racional que a hipótese (da relação de Arês com Ares) não pode ser declarada inválida então também aquela tese não pode ser declarada forjada sem o mesmo tipo de provas que se exige aos seus autores e muito menos depreciada como uma apelo nostálgico de deuses de espaços obscuros na “esperança de que suas suposições venham a se tornarem verdadeiras algum dia. Simplesmente hilariante! E no entanto este autor conseguiu acolher a ideia bizarra de que Arez de Niza poderia derivar de nome Francês de Arles. Obviamente que nem uma placa votiva a dizer Ares foi deus da guerra não é possível ter a certeza da origem do nome com base na mitologia mas obviamente que tudo aponta para tal.

Partindo-se dessa hipótese, atribuída pelo documento ao pesquisador Carlos Cebola, naquele início do Século XIII colonos franceses passaram a habitar a região de Nisa (antigamente, chamada também de Nissa), atendendo à necessidade de fixar moradores naquela parte desabitada da Península Ibérica.

Na medida em que fundavam seus povoados, batizavam-lhes com nomes de sua terra de origem, tal como ocorreu no caso de Nisa, que teria sido ocupada por colonos provenientes da cidade francesa de Nice, localizada no sul da França, próxima à fronteira com a Itália. A palavra Nice vem do grego (Nikaia), em italiano é grafada Nizza, e em provençal, antigo dialeto francês: Nissa.

E, por extensão, acreditam alguns estudiosos portugueses que o mesmo também teria acontecido com a freguesia de Arez (ou Ares), que teria sido edificada, segundo essa hipótese, por antigos moradores de Arles. As três localidades portuguesas citadas, Nisa, Tolosa e Arez, teriam sido batizadas, portanto, em homenagens a cidades do sul da França (Nice, Toulouse e Arles). -- AREZ E SUA ETIMOLOGIA E TOPONÍMIA, André Valério Sales.[1]

De facto os Franceses estiveram por cá desde pelo menos no tempo do marido de D. Tereza e muitos outros estiveram na cruzada que ajudou o rei D. Afonso Henriques a conquistar Lisboa aos mouros mas a construção de tantas localidades do concelho de Nisa por franceses dificilmente teria passado despercebida. Mas damos de Barato que Niza tenha tido origem francesa tal como Tolosa que era o nome provençal de Toulouse e que fez parte do reino visigótico de Tolosa que ia precisamente da Ocitânia onde tinha a capital e em Tulon porto marítimo mediterrânico e passava a norte na Tolosa espanhola basca (e ia até Sul de Espanha em Navas de Tolosa e Tolox em Málaga e possivelmente até à localidade de Tolosa do concelho de Nisa em Portugal) sendo assim dispensável a origem tardia deste topónimo. Se a Niza portuguesa tem a mesma origem de Nice francesa e ambas da Niceia grega, senão de Naxos báquica, a verdade é que Tolosa não tem etimologia certa o que significa que todas as especulações são possíveis como aconteceu com o nome da singela vila de Arês.

Que signifierait alors Tolosa? Dans l'état de la linguistique actuelle, notent Jean-Marie Pailler, Christian Darles et Pierre Moret, «rien de bien sérieux ne peut être avancé». On notera toutefois l'hypothèse qui ferait remonter son nom, du fait de sa racine en ‘tol', - très répandue dans la péninsule ibérique - à «l'idée d'un trou d'eau ou d'eau stagnante». Une référence toute trouvée pour faire écho aux étangs de Toulouse.

Pour d'autres, dans un grand lyrisme de mythologie antique, Tolosa, jadis la «cité de Minerve» (Palladia Tolosa) selon l’expression de Martial, ferait référence à la Tholos des Grecs, cf. les légendes de l'Or de Delphes à Toulouse.

Toulon s’appelait alors Telo Martius (de Telo: la déesse ligure des sources — ou du latin tolus: pied de colline — et Martius: dieu latin de la guerre).

La première mention du lieu, Telo Martius, figure dans l'Itinéraire d'Antonin (daté de la fin du IIIe siècle). La racine tol-on, reprise en occitan (teron/toron après rhotacisme), est très ancienne, probablement préceltique, et signifie "source, fontaine".

O tholos grego mais do que um túmulo ou templo circular foi também nome de “água suja de lama” depois também de menstruação ou tinta de chocos (sépia) e depois nome das «tulhas» circulares onde se guardava para fins de tinturaria deste épocas arcaicas possivelmente minóicas sendo possivelmente a partir destas «tulhas» de tinta de chocos que veio a semântica dos tholos clássicos de Delos. Ora, aceitando que a cultura celta é de origem minóica teremos que aceitar que a semântica mais próxima do conceito, tanto de Tulosa como de Tulon, seria a de sagrados recipientes com águas sujas de lama que quando barrenta seria considerada a menstruação da deusa mãe Terra, a que veio a ser Tellus romana. Assim aceita-se que a origem do topónimo Tolosa seja encontrada na raiz pré-indo-européia, ilirio-ligur, tol-, toll-, tul- ou tull-, e que significa o mesmo e o seu oposto (o que em etimologia mítica parece paradoxal mas corrente) ora “proeminências” fortificáveis ora lagos pantanosos. A mesma raiz está na origem de muitos outros topónimos, como Toledo ou as ocitânas Toulouse e Tulon...bem como da mítica Tule.

Tolus no glossário de Santo Isidro = redondeza elevada.

Lat. Talon = extremidade do corpo humano < Talus = calcanhar.

«Tola», 1 f. Chul. Cabeça; mioleira. (  tolo?) => «cartola» < cartula.

«Doido» / toldado / toleirão < Corominas sugere *tollitus (< latim tollere) > *toldo > doldo.

Daí que a semântica deste termo tenda a ser ambivalente, ora relacionada com fontes e poços como nos vários lagos lamacentos que rodeavam a cidade primitiva de Tulosa / Tuluse e depois espaços circulares aptos a fortalezas no topo de montes ou enquadradas por montes protectores cheios de fontes de água viva como em Tulon e Toledo. O arcaísmo deste termo deve remontar ao tempo dos minóicos ou micénicos se quisermos ver nestes a origem das civilizações mexicanas pois é um facto estranho que Tola em quichua significa túmulo.

Tola2. (Del quichua tola o tula). f. Ecuad. Tumba en forma de montículo, perteneciente a los antiguos aborígenes.

«Tolda» 1 f. O mesmo que toldo. Primeira coberta de uma embarcação. Armação de madeira, dentro da qual se empilham as maçarocas de milho, por forma que recebam o ar e se conservem sãs; espigueiro. *Prov. alg. O mesmo que tremonha. (Do ár. dholla). Tolda, 2 f. Acto ou effeito de toldar. *Turvação do vinho. -- Novo Diccionário da Língua Portuguesa, Candido de Figueiredo.

La palabra toldo procede del francés antiguo y dialectal tialt, taud, alcázar, espacio entre el palo mayor y la popa, voz de origen germánico; cónfer neerlandés medio telt, a. alemán antiguo zëlt, nórdico tjald, tienda.

«Toldo» cast., cat. y port., tuldo gall., toldoa base. Según Covarrubias y Diez, del lat. Tholus «la cupula del edificio, bóveda del templo.»

«Toldo» = Origen de la palabra: (Del ár. zulla, sombrajo.)

O «toldo» foi criado pela necessidade do ser humano para proteger-se do sol em lugares onde, por seus meios naturais, não era possível o abrigo da sombra e primeiro terá sido por ramos e folhas de árvores e arbustos, depois com peles de animais e mais recentemente por lonas e telas de linho. O seu uso era comum em mercados do mundo antigo e foram utilizados em sua forma inicial para proteger os alimentos e carnes nas feiras inicialmente na Índia e posteriormente nos países do Oriente Médio mas foram os romanos qye mais os vulgarizaram teatros e terraços das casas chamando-lhes velários por seguramente serem afinal adaptações das velas dos barcos. Apesar da simplicidade tecnológica do «toldo» e da sua origem remota e comum não há unanimidade relativamente à origem da palavra «toldo» porque para uns deriva da palavra árabe dholla e para outros teria uma origem germânica pelo francês antigo tialt, taud. No entanto, depois de consultar o “Tesoro de la lengua Castellana o Española escrito por Sebastián de Covarrubias y Orozco” verifica-se que Covarrubias mantêm a origem romana do toldo mas em vez de ser por tholus seria por tondus porque redondo seria o velário com que se cobriam os teatros romanos para protecção do sol. Em boa verdade a etimologia mais sensata seria indirecta como o termo «tolda» para turvação do vinho ou seja do verbo «toldar» ou «entoldar» que, esse sim, seria muito mais arcaico e relacionado com a turvação não apenas do vinho mas das águas sujas e barrentas relacionadas com os tholos gregos já referidos e que estariam na origem do nome das cidades, até agora referidas: Tulon, Tuluse a Toledo. Ainda em torno da semântica atascada de Tulosa como terra de atoleiros podemos analisar a relação deste nome com a etimologia dos «atoleiros» galaico-portugueses.

O castelhano tollo ‘lugar profundo num rio’, o português «atoleiro» ‘lodaçal, pântano’ e atolar ‘enterrar no lodo’ filiam-se no latim *TULLU, que se explica pela forma, provavelmente de origem etrusca, TULLIUS ‘corrente, veia ou jorro de água’. A confirmar esta etimologia está o regionalismo minhoto tola, sinónimo de talheiro, talhadoiro, pejeiro e cobradoiro — termos usados para designar as aberturas feitas nos regos para desviar as águas, de acordo com as necessidades de irrigação.

Joseph M. PIEL, “As águas na toponímia galego-portuguesa”, cit., p. 314-315. J. Leite de VASCONCELOS, “Dialectos interamnenses”, cit., p. 60, sem aludir à sua etimologia, também refere a tola da água como a ‘parte do rego onde há muitas roturas para sair a água’. Cf. GEPB, vol. 31, s.v. TOLA3; e Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, cit., s.v. Tola2, considerado de origem obscura, mas a que é também atribuído o sentido de ‘pequeno sulco ou rego natural’.

Por isso é que quando os rios iam secos ou quando se mergulhava neles se encontrava o «entulho» que obviamente corresponde também ao conteúdo das «tulhas». E é então que mais uma vez vamos encontrar divergências entre os gramáticos relativas ao termo «tulha» que noutros pontos destes estudos foi relacionada com o culto da deusa Tellus / Tella seguramente a mesma que Marcial identificou em Tuluse como sendo Palladia Tolosa.

Tulha f. Lugar, onde se ajunta e deposita a azeitona, antes de ser levada ao moinho. Casa ou compartimento, onde se depositam ou guardam cereais em gruas. (…) (Do lat. tudicula).

Tulha = De um proto-céltico *tullos, (buraco); confronte-se com as palavras asturianas: tollu, toyu e tuña, aparentado com o basco zulo (buraco, toca).
Tullonio: Genio protector del hogar y la familia.

Tullonio é um deus derivado do nome gentílico Tullonica e que, por isso, poderia ser Tullo-nia cognata de Tellus ou relacionado com Mars Tillenus e com Tello, a deusa celta das fontes e nascentes.
Tullonica < Tullonio ó Mars Tillenus.
Tulha < tullia < Tullonio/a > ti(d)icla < tudicula < Lat. tudes = martelo, prensa.

Obviamente que a derivação pela via latina é frouxa e seguramente que «tulha» resultou da confluência da via latina enquanto relacionada com lagares de azeite e do proto-celta *tullos enquanto buraco ou toca onde se armazenavam alimentos e estes da semântica antes referida para fundos entulhados dos rios.

De passagem verificamos que todo este percurso semântico nos obriga a passar pelo verbo latino tollō (infinitivo infinito tollere, substantivo ativo perfeito, supina sublātum) e a ferô, ferre, tulî, lâtum.

É óbvio que o latino fero vem do verbo grego phero, o que significa quase o mesmo. As duas últimas partes estão de fato relacionadas entre si, mas têm uma origem separada dos dois primeiros. Em um latino muito antigo, a quarta parte principal era tlatus, mas, ao contrário do grego, o latim eliminava as sequências de letras difíceis e foi encurtado para latus. Tlatus e tuli são certamente antiquados, mas pelo menos eles parecem parecidos um com o outro. Estas terceira e quarta partes principais são do verbo tollo, tollere "levar" e estão relacionadas ao tolero, tolerar "suportar, tolerar", ambos obviamente semelhantes em termos de fero, ferre "carregar, transportar".[1]


Tuli < Te-tuli < Tellus.

Latum < Tlatum < τλάντος (tlántos)< Te-Lant(os) < Ate-lant(os) > Atelas

> Atlas.                                           >tala-síphrōn < (tól-ma) (tolmáō).

Farther cognate with Ancient Greek τλάντος (tlántos, “bearing, suffering”), τολμέω (tolméō, “to carry, bear”), τελαμών (telamṓn, “broad strap for bearing something”), Ἄτλας (Átlas, “the 'Bearer' of Heaven”), Lithuanian tiltas (“bridge”), Sanskrit तुला (tulā, “balance”), तुलयति (tulayati, “lifts up, weighs”), Old English þolian (“to endure”) (English thole), Old Armenian թողում (tʿołum, “I allow”).

Em conclusão, o étimo tol- tanto pode estar relacionado com o tol- celta dos locais altos, claramente relacionados com Tellus e a sua relação como os verbos de transporte das almas, ou das arribas como nos «talude» ou com a «tola» das cabeças que quando de «tôlos» de pensamento são como os «toldado» pelo vinho (de que pode derivar a semântica dos «toldos» ensombrados) por analogia com os poços e lagos entulhados de detritos barrentos de que a etimologia da tulha colhe semântica na mesma ordem de linguagem.

Quanto a Arez afirmar que seria proveniente do nome francês da cidade de Arles parece uma proposta forçada.

Le nom de la ville s'écrit Arle en provençal. L’origine d’Arles est gauloise "Arelate" qui provient des termes are, «devant les» ou «près de» et de latis, «marais » ou «fleuve», le toponyme signifiant ainsi la ville «du fleuve et du marais». C'est comme le toponyme Lat-tara du nom de Latera, le site archéologique proche de la ville de "Lat-tes".


Arle < Arles < Arales < Ara-lu> Ar-La-| tes ó Tera | > Lat-tara > Lattes.

                                                   < Kaura-lu > Karalium

Aren-tius < Haran-Ti < Kaur-an-te ó Kur-tiu > Kaur-ish > Hauris

> Arês > Ares ó Areco > Arego.

Já a suposição de que Arez viria do nome do deus Arêncio é muito mais plausível.

Arencio (Arengiotanginaeco, Arentio, Arentius, Arantio) – Deus da Guerra e nacional dos Lusitanos. Representa a força. Juntamente com sua esposa a Deusa Arencia formam o par divino principal dos Lusitanos.

Arus (Aro) – Deus Lusitano da guerra equivalente ao Ares grego.

AR(-ENGIO-TAN-GINA-)ECO

Os Arez apresentam desde o século XVI uma maior concentração no Algarve (…). Encontram-se Arezes também no Alto Alentejo (…). No Vale do Sado os Arez terão sido proprietários do Monte do Arez, ao pé de Vale de Guizo, com cujos Morgados tiveram alianças matrimoniais. (…)

Nalgumas bibliografias os Arezes aparecem como cristãos velhos, noutras como cristãos novos e com problemas com o tribunal da inquisição.

Não devemos esquecer também que as fontes hebraicas reconhecem Arez ou Arês o que interessa é o valor fonético como uma palavra hebraica do Torah com significado de "terra fértil" ou "terra própria para receber semente" "terra arável", ou eventualmente o proprietário dessa terra...lavrador. Por isso mesmo é que em basco «artale» significa milho e cereal. Os deuses da fertilidade agrícola eram invariavelmente os deuses da guerra e as deusas do amor, ou seja Marte e Vénus entre os romanos e Ares e Afrodite entre os gregos e possivelmente Arêncio / Arência entre os lusitanos.


Arez é um patronímico muito comum de que derivou o gentílico Arezes pelo que é quase seguro que o deus Arêntio só tivesse este nome na região de Portalegre sendo Aro e Arez a sua designação mais comum ou talvez *Areco de que derivou «arisco» e de que ficaram os antropónimos Aresco, Aréco / Arincho bem como o topónimo das Caldas de Arego para onde os guerreiros de Pesures na região da actual Régua se iam recuperar das feridas de batalhas conduzidas em nome deste deus da guerra. Em Espanha na região da Catalunha existe a cidade de Arse / Sagunto.


Figura 2: Obverse Description: Hercules head left, club on right shoulder, star before. Reverse Legend: ARS-Ki-TaR, Man-headed bull standing right, bearded head facing, crescent before.

Saguntian coins are abundant, but there is disagreement on their chronology. The most ancient coins are of silver and give the name of the city as ARSE-ETAR (of the people of Arse), ARS-GIDAR (silver of the people of Arse?), and ARSA-GISGUEGIAR in Iberian. There is only one known specimen with ARSESKEN (of the people of Arse). The heavier of these coins probably date from 212 to 195 B.C., the lighter from 195 to 94 B.C. On the face is the head of Pallas or Hercules, and on the reverse, a bull. Towards the middle of the 2d c. B.C. the reverse shows the typical Iberian horseman and the inscription ARSE. On bronze coins the prow of a ship replaces the horseman about 133 B.C., but the Iberian ARSE remains. Shortly thereafter the bilingual ARSE-SAGUNTINU appears, and later only the Latin inscription SAGUNT.

Arse (leyenda monetal, siglos III -II a. de C.). Otro nombre de Sagunto. Podría proceder del ie. *ers-, ars- ‘fluir’ (Pokorny, 1959, 336; Villar y Prósper, 2005, 112, 142). Sin embargo, hay antropónimos ibéricos en Ars- (Velaza, 1991, 35) que dejan la posibilidad de un origen ibérico. Encontramos topónimos Arsa en la Bética y Arserris en Aquitania (CIL XIII, 95). TOPONIMIA ANTIGUA DE CONTESTANIA Y EDETANIA, ANCIENT PLACE NAMES IN CONTESTANIA AND EDETANIA, Dr. Leonard A. Curchin, Dept. of Classical Studies, University of Waterloo.

Se o símbolo mais comum do reverso das cunhagens saguntinas parece ser o touro, que justifica as legendas das moedas ARS-Ki-TaR e outras variantes, possivelmente mais ortográficas que fonéticas, parece que o motivo mais expressivo das moedas posteriores era o cavaleiro armado com uma lança enquanto na face aparecia quase invariavelmente Hércules que os fenícios identificavam com Melkart, o senhor da cidade. Porém, só a teimosia da fazer derivar nomes de deuses e cidades de raízes fonéticas banais necessariamente indo europeias justifica a miopia da etimologia clássica. De facto de a origem do nome do antropónimo Ars- fosse estritamente ibérico seria facilmente derivado pelos etimologistas tradicionais dos falares bascos com os quais pode estar relacionado, mas pelos visto não ao ponto de ser facilmente audível pelo senso comum dos eruditos, porque o basco «ertz», que significa “limite”, pode estar relacionado com os muros das fortalezas militares aparentemente implícito no nome primitivo de Sagunto.

La ciudad de Arse-Saguntum tiene un área de influencia en el territorio que la rodea, con 24 yacimientos ibéricos, entre los que el de Arse destaca por su tamaño. Situada en la loma del cerro, la población ibérica de Arse podría tener una extensión aproximada de unas ocho o diez hectáreas y estaría protegida por un doble recinto defensivo: con una muralla exterior fechada a mediados del siglo IV a.C. y una muralla interior perimetral, que aumenta las defensas de la ciudad.

Se Mel-Karte seria um epíteto fenício de Hércules com o significado de senhor da cidade então Kartu seria sinónimo de cidade ou fortaleza militar de que derivou o «ertz» basco da que derivou também o «horto» enquanto horta ou courela que fornecia os alimentos às cortes de melicianos e depois a cidade amuralhada. A tradição clássica não é segura quanto à origem do nome primitivo da cidade de Sagunto.

"Mientras los romanos deliberaban y preparaban tales acciones, Sagunto sufría un fuerte asedio. Esta ciudad era con gran diferencia la más rica al sur del Ebro, situada a casi mil pasos del mar. Eran oriundos, se dice, de la isla de Zante y con ellos estaban mezclados incluso algunos del linaje de los rútulos de Árdea. De todas formas, en breve tiempo consiguieron una gran prosperidad tanto por el comercio marítimo y terrestre como por el aumento demográfico y por la integridad de su conducta, pues cultivaron una lealtad propia de aliados hasta su destrucción." Tito Livio (Historia de Roma, XXI 7-8).

Influenciado pelo seu nome indígena, Silius Italicus (Punica 1.271) e Tito Lívio pensaram que foi fundada por colonos de Ardea, enquanto Strabo (3.4.6) e Plínio (16.216) associa o nome de Sagunto a uma hipotética colónia jacíntica, o que nem em teoria é sustentável pois o mais provável é que Sagunto esteja remotamente relacionada com o nome da deusa mãe suméria Nin-kur-sag.

Arse (alta fortaleza) mudou seu nome para Sagunto depois da guerra púnicas e esses dois nomes levaram à teoria de que já havia desde a origem duas cidades, uma ibérica no topo da montanha e outra romana na planície o que pode não parecer provável mas é para já a única explicação para a coexistência dos dois topónimos na mesma época clássica. É possível que Tito Lívio tenha alguma razão quando relaciona Arse, o nome primitivo de Sagunto, com colonos túrdulos da cidade latina de Ardea que nas metamorfoses de Ovídio aparece relacionada com as Garças…apenas porque estas se chamavam Ardea em latim ou porque eram aves sagradas de Circe tal como o cuco foi de Hera e o pavão de Juno. Na verdade Ardea é literalmente a deusa *Arde, ou seja a cretense Kurija, deusa da coruja e por isso variante de Atena, e foneticamente mais próxima de Circe, Cibele e Ariadne ou Arina, a deusa do sol dos Hatis, todas senhoras das cidades fortificadas e por isso relacionadas com cultos marciais.

Arez é um nome masculino curdo e arëz significa, em albanês, zangão.

O nome do deus Ares estaria relacionado com o culto infernal da deusa Erechquigal e seria seguramente uma variante de Iskur o deus sumério das tempestades e da guerra e de cujo feminino deriva Istar. Deste deriva seguramente o nome Arash ou Âraš,o Archer (em persa Âraš-e Kamângir) que é um herói da mitologia persa. Não muito distante, etimologicamente, da vila alentejana de Arez está o nome da cidade francesa Arès (Gironde), da cidade italiana Arécio < Arezzo < Lat.Arretium, da cidade albanesa Arza e da cidade marroquina El Araich, da cidade egípcia Al-Arixe e outra no Quatar, e ainda a cidade nepalesaAresh.

Arès (Gironde) = Le toponyme est attesté sous les formes anciennes Areis, Arez  ou Arets au XVIIIe siècle. L'église d'Arès était située au lieu-dit Les Arroques.

Arza (en albanais: Arrëz) est un village de l'est du Monténégro, dans la municipalité de Podgorica.

Larache (also El Araich; Arabic: العرايش; Berber: Leɛrayec or Aɛrich: the attic or shed) is an important harbour town in the region of Tanger-Tetouan-Al Hoceima in northern Morocco.

Al-Arixe (forma vernácula para o árabe العريش al-Arīx, "vinha") é a capital e maior cidade da província egípcia do Sinai do Norte.

Arish is distinguished by its clear blue water, widespread fruitful palmy wood on its coast, and its soft white sand. (…)ʻArīsh means "palm huts" in Modern Standard Arabic.

Al `Arish (Arabic: العريش) is an abandoned village in Qatar, located in the municipality of Ash Shamal. Arish, an Arabic term, refers to palm trees; it was named so after palm trees growing in the area which shaded the entire village.

É interessante constatar que o verbete "alarixe" seja considerado no Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, como significando vinha enquanto os ingleses traduzam como cabanas de ramos de palmeira de acordo com o “Modern Standard Arabic”. Sendo assim, ficamos com a ideia de que, desconhecendo a cultura árabe os vinhedos, quando os árabes invadiram a Espanha deram às vinhas os que encontraram na Península o mesmo nome que na civilização caldeia se dava à tamareira enquanto “árvore da vida”. A importância da árvore da vida nos cultos guerreiros fica óbvia quando relacionada com o fabrico de bebidas alcoólicas que foram desde os primórdios destes cultos a base das poções mágicas que davam força e ânimo aos guerreiros.

Num estudo sobre a deusa suméria da fruta deparamos com a evidência de que esta era Istar, deusa da fertilidade que era irmã de Erechquigal. Por outro lado sabemos que a Astoret judaica e fenícia era adorada como sendo ora uma cepa de vinha ora um tronco de palmeira ou de cedro ou outro símbolo da árvore da vida.

Esta deusa infernal estava relacionada com os subterrâneos telúricos e por isso com o nome hebraico da Terra que assim se relaciona com o da cidade alentejana de Arez tal com outras cidades de nome semelhante.

Haaretz (en hebreo: הָאָרֶץ, "La Tierra", en referencia a la Tierra de Israel) es un periódico israelí fundado en 1919.

Mas, tal como a terra tem tanto um aspecto profundo, telúrico e subterânio como tem também um aspecto elevado e montanhoso natural será encontrar nomes semelhantes em nome de serras como é o caso da portuguesa “Serra de Aires” e outras espalhadas pelo mundo fora particularmente em locais próximos da cultura suméria.

Les monts d'Arrée (Menez Are en breton) sont un massif montagneux ancien de la Bretagne occidentale faisant partie du massif armoricain.

Aret-Arish is a mountain and is located in Gash Barka, Eritrea.

Kūh-e Āgh Arīsh is a mountain within Iran and is nearby to Kūh-e Ālmālī Dāgh and Darreh-ye Qūrī Dāsh Darrehsī.

Kōh-e Arish Kachī, mountain in Afghanistan.

Como o deus Ares não seria senão Is-kur ó Kur-ish, o Couro ou Kauros da terra mãe também não pode espantar que esteja presente no nome da “Serra do Gerês” e na região espanhola do Xerês, por sinal famosa pelos seus vinhedos que os árabes identificaram como al-Arīx. Se este termo não é reconhecido pelo árabe moderno padrão como que aparece num verbete de um dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa? Seguramente porque este termo com esta conotação não é usado no mundo muçulmano mas seria usado pelos moçárabes e estaria relacionado com as vinhas de Jerez de la Frontera ali introduzidas pelos fenícios segundo Estrabão quando fundaram Cádis por volta de 1100 a.C. e que, mesmo com a proibição corânica ao consumo de bebidas alcoólicas, o domínio árabe manteve com a desculpa da manutenção da produção de passas e de álcool com fins medicinais.








[1] It's obvious fero comes from the Greek verb phero, which means about the same thing.

The last two parts are in fact related to each other, but of a separate origin from the first two. In very old Latin, the fourth principal part was tlatus, but unlike Greek, Latin eliminated those difficult sequences of letters and it was shortened to latus.

Tlatus and tuli are certainly odd looking, but at least they appear similar to one another. These third and fourth principal parts are from the verb tollo, tollere "to lift, take away" and are related to tolero, tolerare "to endure, tolerate", both obviously similar in meaning to fero, ferre "to carry, bear".

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

OS ALANOS, NA ROTA DO NOME DOS INDOEUROPEUS por Artur Felisberto


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Figura 1: Migrações dos Alanos entre os séculos IV-V depois de Cristo:

      Migrações.       Expedições.       Assentamentos.



Os alanos constituíam um povo com origem iraniana no nordeste do Cáucaso, entre o rio Don e o mar Cáspio.

O Alanos ou Alani (ocasional mas mais raramente Alauni ou Halani) era um grupo nómada Iraniano entre o povo Sarmácio, pastores nómadas bélicosos de variadas proveniências que falavam uma língua Iraniano e que compartilharam uma cultura comum numa grande extensão. [1]

Pontuaram entre os povos que penetraram o Império Romano tardio no período das migrações dos povos bárbaros, migrando em direcção ao ocidente nos séculos IV-V.

As várias formas do (nome) "Alano" (grego Αλανοι, Αλαννοι, chinês O-lan-na), bem como o "Iron" – auto-designação descendentes dos alanos, os ossetas modernos, (…) são uma forma dialectal iraniana para "ariano". Os antigos Alanos habitavam o que geralmente é concedido (embora não sem contestação) para ser o original ou um dos ramos originais dos arios, ou indo-iranianos, ancestrais comuns dos povos indo-arianos e iranianos. O uso de "ariano", "irron", "iraniano", etc. era uma auto-designação comum entre todos esses povos.

The Alans were also known over the course of their history by another group of related names including the variations "Asi", "As", and "Os" (Russian Jasy, Georgian Osi). It is this name which is the root of the modern "Ossetian".– From Wikipedia, the free encyclopedia.

Alan < Alani < Alauni / Halani < Karani / Karauni < K(a)ur-an

                         > Arani > Arain> Arian > Airan > Iran > Iron > «Irão».

Ashki > Ashwi > Ashi> Asi > As ó Aush > Osh > Os,

É pouco provável que estas tribos resultassem de etnias autóctones, mais precisamente do suposto ninho de arianos e indo-europeus que seria o Cáucaso, mas seria antes um local estratégico onde nómadas de toda a região da Euroásia Central se juntavam às portas das ricas e famosas civilizações do Crescente Fértil e mundo peri mediterrânico oriental. Nos alvores da história os supostos indo-europeus que invadiram a Europa seriam todos Alanos de vários subgrupos e muitos outros apenas ex-colonos mediterrânicos da periferia e outros povos longínquos euro-asiáticos. Flábio Josefo, que nessa altura conheceria melhor que nós os usos e costumes destas gentes, dizia que eles eram citas o que tanto pode ser um mero reducionismo como um facto mas o que por ora nos interessa é a origem do seu tão misterioso quanto mítico nome. Ora a primeira aproximação é que este seria de origem suméria porque na verdade identifica o nome do deus dos exércitos Kur-an, o senhor do Kur, queera também o senhor dos povos para além das montanhas que separavam o paraíso sumério dos tenebrosos reinos boreais. Kur era o filho de Ki, ou seja, Ashki o que fez com que uma das denominações destes povos alanos significasse literalmente os filhos…da grande tribo alana.

Em Hesíodo o nome comum do povo grego era Hellen;

Tácito, dá-nos uma visão das origens germânicas. O pai dos alemães, Mannus, era o filho do deus telúrico Tuisto.

No Ciclo Mitológico Irlandês Míle Espáine (em latim, Miles Hispaniae, "Soldado da Hispânia"; posteriormente pseudo-latinizado como Milesius; também Miled) foi o ancestral dos habitantes da Irlanda, os "Filhos de Mil" ou Milesianos, que representam os celtas Gaélicos. Os estudiosos modernos acreditam que a Lenda dos Milesianos é uma invenção dos escritores cristãos medievais inspirados nos sete livros da História contra os pagãos, escrito por volta do Século V pelo clérigo gaélico, Paulo Orósio.

Nos alvores da história os indo-europeus que invadiram a Europa eram todos Alanos de vários sub-grupos. Os Alanos propriamente ditos, de que os Helenos[2] antigos foram a primeira expressão, os *Mil-, os *Kar-, os *Sac- e os *Cit- . Mas, qual seria o significado deste étimos que correspondiam quiça a animais totémicos secundários?




*Elen-   à
*Sac- = totem, animal sagrado.

*Mil- => milites > milícia.

*Man- =  mana > munus = poder anímico.

*Kar- = animal totémico de transporte das almas = animal doméstico > caro > amigo.

*Mil- seria um epónimo dos Alanos em guerra e/ou em expansão militar. Obviamente que sendo duvidosa a antiguidade deste nome, que teria sido inventada por clérigos medievais, nos fica a dúvida sobre a sua veracidade gaélcia. No entanto perguntar-se-ia por que razão teriam inventado estes clérigos precisamente este nome pagão se pretendia lutar com ele contra o paganismo? Na verdade a latinização para Milesianus a partir do latinismo Miles Hispaniae no suposto que o gaélico Míle Espáine significaria em latim soldado espanhol é que aprece uma invenção porque mais não seria do que Mile, o espanhol, no pressuposto de que a primeira vaga de emigrantes egeus, que depois foram para a Irlanda, teriam feito assentamento antes em Espanha.

Mileto, na mitologia grega, era um cretense, fundador da cidade caria de Mileto e que era filho de Apolo e Aria, filha de Cleochus.

Os mirmidões ou mirmídones foram um dos lendários povos tessálicos que acompanharam Aquiles à Guerra de Troia. O seu nome deriva do grego myrmex que significa formiga.

Ora nem mais, o étimo Mil- em Mileto, cidade supostamente fundada na Anatólia por um emigrado cretense e em mirmidões que foram um povo tessálico presente na guerra de Tróia e que não terão derivado nome das formigas porque estas o terão derivado na forma do grego myrmex de *Mur-mesh, um deus virtual aparentado com Her-mes.

Mur- > Mir ó Mel > Mil seria a assíria Mili-tia que como Marta ou Maria seria uma variante marítima da deusa mãe *Kar-Tea, *Ker-tu ou Kurija, o que nos deixa a suspeita de que o nome de Mel-Kar-tu seria uma redundância dos dois nomes da mesma deusa das cobras cretenses onde foi Tea / Gea a grande Titânide que deu nome de Deus e aos dias latinos…e Mili-tia, a Quimeraque deu nome hê-méres aos dias em grego.

*Man- dos povos germânicos não é mais do que a manifestação a nível socio-político do mana encontrado pelos antropólogos na Polinésia, enquanto poder sagrado equivalente do munus latino herdado dos minóicos. Por mais estranho que pareça estes termos tão aparentados quanto remotos recebem a sua significância do poder fertilizador do deus Min no Egípcio, do teocrático Minos cretense rei e dos infernos do Kur e pai do Minotauro, e do estranho deus anatólico Men aparentados com os cultos minóicos do Minotauro.

*Sac- é étimo do nome que os citas davam a si mesmos e cit-, por ser elementar, deve ser significante e do mesmo teor. Este étimo é quase seguramente uma contracção de Sakur o deus saturnino de Creta.

*Kar- é étimo que os povos arcaicos dariam ao deus Karnos da carne animal e estaria obviamente relacionado com o deus dos infernos do Kur.

Ver: MANA (***) & Ver: CITAS (***)

Como se pode concluir, os diversos povos indo-europeus eram de facto todos aparentados em torno dum tronco comum com os Alanos e do qual divergiram muito pouco. Parece mesmo que Sacas, Citas e Ale(phi)anos seriam variantes intermotáveis do mesmo conceito mítico.

Se forem seguras estas inferências (e nem todas o serão seguramente) a cultura indo-europeia teve origem no centro da Europeia a partir da zona de influência das antigas tribos dos Alanos de que os Citas foram uma das emergências locais. Por terem sido os indo-arianos os primeiros a aparecerem na história é possível que o nome de Árias que a si mesmos se davam seja de respeitar. Se Árias e Alanos são parentes do mesmo nome é bem possível que correspondam a uma civilização comum centro-europeia com pré-história neolítica conhecida desde o V milénio antes de Cristo com características civilizacionais muito parecidas às dos antigos Citas. A localização geográfica junto ao mar negro permite entender a forte e precoce influência que a civilização Suméria teve neste centro de gestação indo-europeia. Dito deste modo, os Alanos / Árias foram o centro germinativo da Europa.

Será por mero acaso que o nome dos principais povos indo-europeus ande ligado ao do Alanos? Poderá então a origem etimológica do nome dos Alanos estar relacionado com uma realidade exterior à chamada cultura indo-europeia por intermédio da língua Suméria?

Uma análise sobre a terminologia dos animais domésticos entre os indo-europeus, que se desenvolve noutra parte deste estudo, permite verificar que *Elen- significava «veado» entre os povos indo-europeus conforme o referido por Pierre Lévêque[3]

(…) regularidade do vocabulário, oposta à sua diversidade desde que se trate de animais selvagens, domínio em que os tabus linguísticos foram poderosos: por exemplo, o nome do «veado» era, pelo menos numa parte do indo-europeu, *elen- (gr. élaphos); foi substituído muitas vezes por epítetos que significam em geral «o cornudo», saídos de raízes varias, ou numa mesma raiz, de formações diferentes: lat. cervus, al. Hirsch; fenómenos idênticos afectam os nomes do urso, do lobo, da águia…

Em indo-europeu *Elen- = «Veado»

<= El-An = «Altíssimo Deus»em linguagem caldeia.

Alanos <*Elen- > Alen + (Dis (Pater), deus da morte e da dispersão e antepassado dos celtas gauleses) = landes (planície) = Veados dispersos (pelas tundras planas).

«Manada de veados» = *Elen-ya > Alenya > Ar(en)ya > Arya > «ária» de pastoreio e de liberdade.

Por outro lado quem tinha gado tinha pecúlio para comprar e manter a liberdade por isso, «Aire» era um homem livre no Eire, a Irlanda gaélica.

“Aire” = homem livre do Eire/Irlanda gaélica.

Serão coincidências a mais para serem verdadeiras pelo que a reserva será inevitável!

The Phoenicians renamed the letter aleph (“ox”), from a fancied resemblance to the head and horns of that animal. In the earliest Greek alphabet, aleph became the letter alpha[4]

Claro que poderá ser considerado ofensivo para os nazi-fachistas chamar aos arianos nórdicos uma manada de veados (que foi o que eles foram sob a batuta tresloucada de Hitler) mas, estas ironias da história são possíveis em virtude da ambivalência semântica inerente a termos carregado de afectos ambivalente como são os que se referem à família e ao povo! De facto, se *elen- (gr. élaphos) é étimo de veado no hipotético falar indo-europeu, então os prolíficos Alanos foram outrora «veados» também e assim cai por terra a mascara do mito dos super machos homofóbicos arianos e veados foram também os gregos da Hélade, ou seja, todos povos de origem boreal.

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Figura 2: Os citas no centro genésico dos povos indo-europeus!

Mas obviamente que a história dos indo europeus não começou com as invasões bárbaras do sec. IV depois de Cristo nem com os micénicos pós minóicos porque, ambos os povos, serão meras variantes desta dinâmica que se gerava em torno das fronteiras caucasianas entre os povos que se movimentavam a norte, desde que o homem sapiens saiu do corno de Africa, e os povos que continuavam a emergir do velho continente. De facto a história tem-nos demonstrado que a civilização não depende de raças nem de etnias mas apenas de oportunidades históricas e geo-estratégicas particulares. Ora nos alvores da história escrita as oportunidades civilizacionais estavam todas na zona do crescente fértil e do mar Egeu que porque eram férteis quer porque estavam relativamente protegidas por condições geográficas. Assim é pouco provável que as línguas indo europeias sejam uma singularidade e originalidade ariana mas que sejam sobretudo o produto de uma elaboração crioula elaborada nas proximidades dos grandes impérios semitas asiáticos se é que grande parte desta originalidade não resultaria de refugiados e colonos da catástrofe e destruição da civilização cretense sabendo-se também que a similitudes linguística entre as línguas egeias e caldeias seria grande porque o cretense teria sido a língua franca da civilização neolítica até a confusão das línguas com a destruição mítica da Atlântica que mais não terá sido do que uma metáfora da destruição da civilização minóica durante a explosão do vulcão de Santarini na ilha de Tera.

«Alce» < Lat. Alces, i < Baixo alemão Elk, Elch

> Norueg. Elg > sueco älg.

O «alce» é um animal típico das regiões circumpolares. Na Europa, ocorre essencialmente na Finlândia, na Suécia e na Noruega. Isso não significa que os veados dos alanos fossem apenas os alces porque nos tempos primitivos possivelmente todos os cervídeos teriam esta mesma designação que em gregos era ἔλαφος mas também δορκάς / dorkas ou seja, supostamente o cervo ou veado seria assim chamado pelos seus “grandes olhos brilhantes” mas suspeita-se que tal como o “alfa” derivava do “alef” fenício que era o nome do touro que a confusão do veado com o touro também tenha acontecido com dorkas porque esta é literalmente uma traurica.


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Figura 3:Ornamento «terminal» de bronze dos túmulos reais de Alaka Hüyük, possível elemento cimeiro de um «estandarte» fálico ou de um dossel.
Figura 4:Ornamento também dos túmulos reais de Alaka Hüyük com funções presumivelmente idênticas ao anterior. Notar que na trindade totémica divina o veado aparece como deus supremo entre dois bovídeos que serão os futuros animais totémicos.

Grego moderno ελάφι < Greg. Antig. ἐλάφιον (???) ἐλαφίνης (eláphinis) ou ἐλλός / ellós (jovem veado) < diminutivo de ἔλαφος < Proto-Hellenic *éləpʰos< < Proto-Indo-European *hélḱis, * hólḱis (alce)> Elk < inglês médio *alk < inglês antigo elch, eol, eolh < Proto-Germanico *elhaz, * algiz ó Baixo alemão Elk, Elch

ó łoś, Russian лось (los’), sânscrito ऋष्य ṛśya (antílope) variante de Proto-Indo-European * helhün ó Alemão Elen, Tocharo yäl / ylem (gazelle), lituano elenis (veado), Armenian եղնիկ ełnik (corço).

Aleph, Álef ou Álefe א, é a primeira letra de vários alfabetos semíticos, assim como o ʾalif do alfabeto árabe e o ʾaleph Phoenician aleph.png do alfabeto fenício.


A origem do nome aleph é o desenho de um touro chamado aluf em hebraico antigo. Porém, o mais estranho ainda é constatar que o nome que os gregos davam ao «veado» significava «boi» em fenício o que nos coloca a questão de saber se foram os gregos que receberam o termo dos indo-europeus e estes dos fenícios ou a inversa. O mais provável seria pensar queElen- foi um dos nomes do deus supremo ou pelo menos o epíteto do seu animal totémico como seguramente o touro foi para os povos semitas e cretenses.

Esta última hipótese parece ser a mais plausível embora com a reserva de que o uso de chamarElen- como animal totémico tenha sido mais comum na Anatólia onde o «veado» foi maioritariamente representado, pelo menos nos Túmulos Reais de Alaca Huyuk do período do Bronze Antigo II do império hitita. Dito de outro modo, a referência ao veado como animal totémico parece ser um rasto de suposta ascendência indo-europeia que tem como explicação mais prosaica a ligação dos antigos povos centro europeus com o xamanismo lapónico ligado à economia animal do pastoreio ou caça acompanhada das manadas de renas.

A presença deste rasto não se fica pela homenagem do alfabeto ao «veado»enquanto deus supremo dos indo-europeus, alias incompleta e indirecta visto ser na figura dum bezerro fenício que o fonema *aleph significa o que nos reporta para um deus muito mais arcaico, o ofídio *El-phi-anu ou deus pássaro Alcião.

Alcíone (do grego Ἁλκυόνη) era filha de Éolo e neta de Heleno. Era casada com Ceixo, filho de Eósforo.

Segundo um mito de quase segura origem órfica, por nele se referir Morfeu, Ceixo foi para a cidade de Claros na Jónia para consultar um oráculo, mas seu barco naufragou e ele afogou-se. Conhecendo a morte de seu marido por Morfeu, Alcíone praticou catapuntismo lançando-se ao mar Egeu. Por compaixão Zeus transformou o casal em alciões.

Por isso é que, de acordo com outras lendas, o pássaro alcíão faz seu ninho sobre a água e encanta os ventos e as ondas de maneira que os mares ficam anormalmente calmos durante sua nidificação, nos 14 dias que precedem o solstício de Inverno, de 14 a 27 de Dezembro. Zeus, por piedade, acalma o mar para que os pássaros possam chocar seus ovos. Esses dias de calmaria excepcional são chamados de “dias de Alcíone” (Ἁλκυονίδες ἡμέρες, halkyonídes hêméres em grego, “dias das halciónides”), expressão usada metaforicamente para períodos de tranquilidade, prosperidade e alegria.

Alcíone < Greg. Halky-one (Ἁλκυόνη) < Halkis < Karkish ó Kurija.

Como se pode suspeitar pela análise etimológica a deusa Alcione poderia ser nem mais nem menos do que a arcaica deusa mãe das cobras cretenses, *Kertu / Kurija casado com o titão Ceixo que noutros mitos se diz ser ele o próprio Zeus e que Alcíone era Hera, que como sabemos era de facto a variante olímpica de Kurija; Seria por causa dessa blasfémia que Zeus os puniu transformando-os em aves: Alcíone no pássaro guarda-rios e Ceixo num Alcatroz (Ganso-patola) ou num albatroz.

«Alcatroz» ó «albatroz» < Halwa-Tarus < Hal-Ka-Taur.

Na verdade, o nome de Ceixo aproxima-se na sua etimologia de Zeus.

Ceixo < Ceix < Ceyx < Κήϋξ = Kēüx > Zeus.

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Figura 5: Um belíssimo Alcião ou pássaro guarda-rios, uma espécie cada vez mais rara, dando um mergulho para capturar um peixe.

Por outro lado Ceixo foi transformado num pássaro aquático que etimologicamente é *Hal-Ka-Tauro, uma mistura estranha de «alce» e de «touro» já muito mais próximo da realidade subjacente ao «alfa» grego e ao «alef» fenício, como veremos adiante. Outro aspecto interessante é que Alcione era de Heleno que já demonstramos estar no trilho da etimologia do «alce».

Fosse como fosse, o pássaro alcião tornou-se num símbolo de bonança e felicidade que é preciso aproveitar depressa, pois é breve…como é o amor que segundo a tradição órfica era um deus da luz primordial como Fanes que bem poderia ter tido a variante *El-Fanes, o Senhor da luz precisamente por ser casado com Eosforo ou Éter, a luz eterna.

O primeiro Alcião é um gigante, filho do Céu e da Terra. Desempenhou papel importante na revolta dos gigantes contra os deuses do Monte Olimpo. Por ordem de Zeus (Júpiter para os romanos), Heracles (Hércules para os romanos) tentou matá-lo.

Sendo assim o autêntico Alcião era um deus titânico muito antigo já da época minóica que muito possivelmente estaria relacionado com o amor porque aparece em Delfos relacionado com uma prova de amor sem reservas.

O outro Alcião era um belo jovem de Delfos, escolhido para servir de alimento a Lâmia (foto), monstro que afligia a região. A caminho do sacrifício, encontrou o jovem Euríbato, que, tomado de amor por ele, se ofereceu para morrer em seu lugar. Em vez disso, conseguiu matar o monstro, quebrando a sua cabeça. No lugar de Lâmia, brotou uma fonte que tomou o nome de Síbaris, o outro nome do monstro.

«Alcião» < Alcion < El-ki-an < Ur + | Ki-An > Phian> Fanes |

                                                > *Elfian > ἐλαφίνης (eláphinis).

A fonte termal (lamas < Lâmia) dos prazeres sibaritas (Síbaris) seria o resultado desta paixão de Euribato por Alcião.

Hieroglifo
Proto-Sinaitico
Fenício
Paleo-Hebreu
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Alfa grego.
A Latino.
A Cirílico.

A, a >
A
A

Alif árabe < Alef hebraico (א)< Aramaic Ālap <Aleph fenício > Alfa grega Alfa (A, α) > A do alfabeto latino e cirílico.


Como sabemos de outros lados como a respeito de Dioníso e as Padorcas o «deus menino» Delfino do amor seria Alcião e também Fanes, o deus do amor primordial, tal como foi Dionísio na forma de touro em Creta e «alce» nas estepes caucasianas.


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De facto os hititas, possivelmente citas emigrados antes do 1º milénios para a Anatólia a. C. mantiveram a reminiscência do aspecto do seu animal totémico na forma da mitra dos seus deuses. Nesta, os cornos complexos dos veados usados em combates de acasalamento aparecem sugestivamente como as cobras entrelaçadas do caduceu. Os helenos tendo aprendido a ler com os fenícios e não tendo o boi para colocar no lugar do deus supremo colocaram o seu deus veado que seria o primitivo Alcião antes de ter passado a pássaro.

Figura 6: Teshup em Vazilikaiya.






[1] The Alans or Alani (occasionally but more rarely termed Alauni or Halani) were an Iranian nomadic group among the Sarmatian people, warlike nomadic pastoralists of varied backgrounds, who spoke an Iranian language and to a large extent shared a common culture.

[2] A Helena de Tróia aparece no mito mais para enfeite do que por motivos históricos. Na verdade, se não é para enfeite é pelos mesmos por motivos ideológicos da maçã de Eva ou seja atribuir de forma mítica a razão de todos os males dos homens às mulheres! A verdadeira Helena pode ter sido a gente alana pelo que a guerra de Tróia foi uma guerra civil e fratricida entre alanos!

[3] Pierre Lévêque, no seu livro AS PRIMEIRAS CIVLIZAÇÕES volume III–OS INDOEUROPEUS E OS SEMITAS, pag.33

[4] "A," Microsoft® Encarta® 97 Encyclopedia. © 1993-1996 Microsoft Corporation. All rights reserved.